Todo dia na TV
O IBAMA prende gente,
Que age covardemente
Por não querer entender,
Que temos de proteger
Do preá ao gavião,
E os bichos em extinção
Nós temos que preservar,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Não existe mais inhambu
Na terra em sua gleba,
Quase não existe peba
Nem o rastro do tatu,
O canto do uirapuru
De tanta recordação,
Não se ver mais no sertão
O teiú a rastejar,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
A fauna pede socorro
Porque além das queimadas,
Criaturas des’almadas
Vivem da planície ao morro,
Farejando igual cachorro
Em meio a vegetação,
Levando a destruição
Só pensando em dizimar,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
E sem falar nos perigos
Que a negra noite trás,
Na escuridão voraz
Sem calor e sem abrigo,
Às vezes penso comigo
O que faz um cidadão,
Se esquecer da razão
E com a vida brincar,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Quantas vezes deus te guarda
De cobras e escorpiões,
Deve ser as orações
Que ficam em sua vanguarda,
Quem sabe se espingarda
Mirou sua direção,
E o deus da criação
Se dispôs a te livrar
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Sabes os males da noite?
Procuras andar de dia!
Para que a rebeldia
Não te traga algum açoite,
Mesmo que alguém te acoite
Te dando aprovação,
Pense com mais atenção
No que estou a falar,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Sabes as sagradas letras
O quanto sábio te faz,
Procuras viver em paz
E não te faz de mutretas,
Vivendo outras facetas
Causando preocupação,
Arriscando a salvação
De forma particular,
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Sabes o quanto padece
Atua esposa em segredo,
Com frio, saudade e medo
Mesmo assim se emudece,
E diz: há se eu pudesse!
Mudar o seu coração!
E dizer da emoção
Dele comigo ficar!
Rapaz deixe de caçar
Cace outra profissão.
Tabira, 01 de junho de 2012.
Poeta: Heleno Trajano.
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