
A chave da eleição em Pernambuco está na Região Metropolitana
O quadro pintado pelo Instituto Múltipla, reforçado pela anterior pesquisa do Instituto Alfa para a CNN, aponta um caminho muito difícil, mas não impossível para a governadora Raquel Lyra.
Um dos desafios é o da aprovação. Ela chega a 47% que aprovam, contra 42% que desaprovam. Precisa chegar a, no mínimo 65%. O ideal, com base na experiência e na ciência, é uma aprovação que beire os 70%, para transferir para intenção de voto com segurança de vitória.
Outra questão é a imperativa necessidade de melhorar na Região Metropolitana, onde está 43% da população que vota. É lá que João Campos está resolvendo a peleja. Raquel precisa ampliar sua penetração no campo onde João lidera com números que chegam a 53%, com 59% no Recife e 57% em municípios com mais de meio milhão de habitantes.
Raquel sabe disso. Tanto que tem buscado fortalecer as ações na região. Foi o caso dos mais de 2 mil PMs recém formados, os “laranjinhas”, e agora, anunciando um Pernambuco Meu País Verão, em cinco cidades do Grande Recife e do Litoral Sul do estado entre dezembro e janeiro.
Outro problema é a rejeição: a governadora lidera quando a pergunta é sobre em quem o eleitor não votaria de jeito nenhum. Ela tem 51%, contra 23% de João Campos, 18% de Eduardo Moura e 12% de Ivan Moraes.
No mais, ainda há muita pedra a quebrar para gerar um sentimento de equilíbrio no processo.
Como já disse, é importante ter prefeitos aliados, dado o potencial de transferência, mas que, se de um lado os afagos e abraços são muito bonitos na foto quando Raquel está aqui, os aliados precisam arregaçar as mangas na defesa quando ela não está na região. É aí que muitos deles ainda têm faltado, omitindo ou capitalizando sozinhos com a paternidade das ações.
Lembra a crítica que era feita a Sebastião Oliveira quando aliado de Paulo Câmara governador. Quando a ação era positiva, as manchetes direcionadas por Sebastião eram garrafais: “Sebastião traz ação à tal comunidade”. Quando havia questionamentos a Paulo, Sebá corria para a imprensa: “vamos levar a demanda e cobrar ao governador”.
Um dado já citado aqui provou a constatação: um importante instituto de pesquisa, em uma importante cidade do interior, gerida por aliado da governadora, atestou que mais de 85% não identificam quais ações têm DNA do Estado.
Conclusão: muitas ações são omitidas pelos gestores, que se apoderam da paternidade e não creditam a Raquel. Uma solução para quebrar essa omissão, além do puxão de orelha da Casa Civil, é regionalizar a mídia institucional, mostrando nas peças publicitárias o que fez o Estado por região. E melhorar a política do governo.
Traduzir-se
Uma tendência das últimas pesquisas em Pernambuco é fazer a leitura de votos válidos, algo que só era aferido no dia da eleição. O Múltipla por coerência não faz esse exercício. Mas, vamos lá: fosse assim, o resultado do cenário 1 é: João com 59%; Raquel com 34%; Eduardo Moura com 5,1% e Ivan Moraes com 1,9%. Na simulação de segundo turno em votos válidos, 64% a 36% para João Campos.
Sinônimos
Só para ver que as pesquisas estão falando a mesma língua: a Alfa CNN deu João Campos com 61%, Raquel Lyra com 29% e Eduardo Moura, 6%. No embate direto, 67% a 32%. Muito similares.
Espontânea
Na pesquisa espontânea, em que não são oferecidas opções para o eleitor, João Campos tem 16% e Raquel Lyra, 13%. Outros nomes chegam a 2%. Brancos e nulos, 7%. Indecisos são 21% e não opinaram 41%.
Aprova/desaprova Raquel
Raquel Lyra tem 47% dos pernambucanos que aprovam sua gestão contra 42% que desaprovam. Não opinaram, 11%. Quando a população é chamada a classificar a gestão, 6% acham ótima, 25% boa, 34% regular, 9% ruim e 21% péssima. Não opinaram 5%.
Para Presidente
O Múltipla fez um cenário estimulado para Presidente da República. Nele, Lula lidera com 50%, seguido de Tarcísio de Freitas, com 7%. Ratinho Júnior tem 2%. Outros nomes são citados por 2%. Brancos e nulos somam 22%. Indecisos, 11%. Não opinaram 6%. Quando o embate tem só Lula e Tarcísio, 56% a 16%.
Espontânea
Na espontânea, quando não são dadas opções, Lula tem 37%. Jair Bolsonaro é citado por 8%. Outros nomes tem 2%. Brancos e nulos, 12%. Indecisos, 15%. Não opinaram 26%.
Aprova/desaprova Lula
O governo Lula é aprovado por 60% dos pernambucanos, contra 32% que desaprovam. Quando o pernambucano vai avaliar o governo, 14% o acham ótimo, 31% bom e 27% regular. Outros 5% disseram que o governo Lula é ruim e 20% avaliaram como péssimo. Não opinou/não respondeu, 3%.
Merece ou não merece?
O Múltipla também quis saber se a governadora Raquel Lyra merece ser reeleita governadora de Pernambuco. A maioria dos eleitores, 47%, disse que ela não merece continuar comandando Pernambuco. O percentual dos que querem que ela continue no Palácio do Campo dos Princesas é de 41%. Nesse quesito, 12% não opinaram. Esse foi o dado que mais impressionou o diretor do Instituto, Ronald Falabella. Pois 41% dizem que ela merece continuar, mas só 27% dizem que votam nela. Alguma coisa está fora da ordem…
Quem transfere mais voto: Lula ou Bolsonaro?

Na pergunta: “Independentemente de quem seja o candidato ao Governo de Pernambuco – apoiado por Lula/Bolsonaro – você votaria com certeza? Lula sai na frente, com 26%. Dizem votar, “dependendo do candidato”, 35%. Já a transferência de votos do ex-presidente Bolsonaro ficou em 16%. Dependendo do candidato, votam 14%. Independente do nome, não votam no nome de Bolsonaro de jeito nenhum, 66%.
Dados da Pesquisa
O Instituto Múltipla realizou 1.200 entrevistas entre os dias 18 e 22 de novembro de 2025. A margem de erro é de 2,8% para mais ou menos com intervalo de confiança em 95%. A pesquisa ouviu eleitores em 98 municípios pernambucanos na Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão.
Obrigado
O blog foi mais uma vez eleito o melhor em sua categoria na escolha dos Melhores do Ano da Agência MV4. Os questionários são distribuídos entre a população e a votação, auditada pela CDL. Muito obrigado mais uma vez!
Frase da semana:
“Dei a ele um caça palavras”.
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